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Mandalas: os monges constroem sistematicamente o que o vento levará em segundos |
Nestes últimos anos em que me dedico a formação de arteterapeuta, tenho percebido que, assim como em outros campos de construção do saber (terapêutico ou não), esta profissão vem se solidificando e consolidando pelo diferencial que envolve teoria e prática, ao mesmo tempo em que algumas correntes caminham para uma auto-definição academicista compondo-se de argumentos para fazer prevalecer linhas e diretrizes, de acordo com a bandeira que carregam (sobretudo Psicologia Analítica com base em Carl G. Jung ou Gestalt). Alguns profissionais consolidados no "mercado" por suas pesquisas e desenvolvimento de trabalhos, posicionam-se de forma rígida diante de experimentações dos próprios colegas, criando aqueles velhos dilemas que são característicos em qualquer campo do saber que pretende se estabelecer, sobretudo nas discussões de teorias norteadoras e metodologias. E aquele jogo possibilitado pela experiência totalizante está, com base na fluidez di pensamento oriental, novamente é colocado a serviço da máxima ocidentalista dos "recortes definidores". Mas a ação independe disso. Justamente o que me chamou a atenção na arteterapia foi a ampla gama de possibilidades e abordagens, proporcionadas por uma mescla intertextual (sempre instigante) da arte, da pedagogia e dos percursos terapêuticos (terapia ocupacional, psicologia ou psiquiatria), que além de cumprir funções de (re)construção pessoal expressiva, ampliam os horizontes da consciência e permitem melhor desempenho do papel social daqueles indivíduos que experienciam e vivenciam juntos o processo criativo.
Por Adriano C. Tardoque
Por Adriano C. Tardoque